quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Vasco na final. E o Flamengo, crônico, cômico ou cônico?


Reprodução



Quando Deivid perdeu o gol mais feito nos últimos anos do futebol mundial, os 18 mil torcedores presentes no Engenhão já tinham visto o Flamengo abrir o placar, com gol de Vágner Love, e o Vasco equilibrar as coisas até chegar ao empate com Alecsandro.

Até aí, o que parecia ser dia de Flamengo, com Airton e Leonardo Moura, enfim, jogando bem, já havia passado pelo reino do equilíbrio até, por fim, cair nos pés do reizinho da Colina, Juninho Pernambucano, que fazia partida memorável.

O clássico era daqueles que dava gosto assistir, lá e cá.

Era o Flamengo correndo atrás do seu sonho, amenizar o conturbado ambiente, e o Vasco fugindo do maior pesadelo, mais uma derrota em partida decisiva para o maior rival.

Aos 33, o goleiro Felipe, que falhou no gol cruz-maltino, fez milagre. No lance seguinte, já no minuto 34, Fernando Prass não deixou por menos em chute de Deivid.

O jogo era movimentado, emocionante, nervoso e lembrava os áureos tempos.

Com o Vasco já superior, o primeiro tempo chegou ao fim para alívio de Joel, do, mais uma vez, apático Ronaldinho Gaúcho e companhia.

No início da segunda etapa, o treinador flamenguista resolveu sacar Deivid, que, como disse o gênio, segue com seu problema crônico, ou seria cômico, quem sabe cônico, de perder gols.

Botinelli entrou e nada mudou, pois o Vasco seguia superior.

Felipe entrou e Juninho saiu.

Léo Moura sofreu pênalti e o juiz não viu.

O jogo já mantinha o mesmo diapasão até que, aos 32, Fágner cabeceou, Felipe, de novo, soltou e Diego Souza, até então discreto no duelo, virou.

Daí, foi jogo de ataque contra defesa.

O rubro-negro pressionava e Dedé e sua trupe defendiam.

Até que o juiz encerrou.

O Vasco, que não vence uma Taça Guanabara desde 2003, chega na final.

Já o Flamengo, que jamais havia perdido um clássico no Engenhão, fica pelo meio do caminho.

Em tempo: Enquanto no Rio, tivemos um clássico de parar o carnaval ou, quem sabe, alegrar a quarta-feira de cinzas, em São Paulo ocorreu um clássico que já foi mais clássico. Nele, o Corinthians venceu a Lusa por 2x0. E foi só.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Impressões




Peguei-me outro dia atendendo a um telefonema com lágrimas nos olhos.

As lágrimas escorriam e o medo do que viesse a ser proferido do outro lado da linha era iminente.

Nas caixinhas de som, tocava uma música qualquer que evocava à tristeza.

Na noite anterior, uma bonita e curiosa história esteve próxima a ruir, a existir somente na memória.

Culpados e inocentes simultaneamente.

O que não seria justo.

Mas o que é a vida, se não lutar arduamente contra as injustiças?

Ao telefone, minha voz, trêmula, saia em tons monossilábicos.

Tentava, talvez, esconder o que era explícito.

O que era apreensão havia passado pela expectativa antes de transformar-se em alegria e alívio.

O diálogo, aguardado na inquietude dos ansiosos, reservou-me uma surpresa.

Alguns segundos, mais do que suficientes, foram divisores.

Pânico e esperança nos extremos.

Até ouvir o “EU TE AMO” mais genuíno do mundo.

Aquele que vem da alma.

Faz tão bem...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Reflexões sobre futebol, inveja e gigantes


Montagem/divulgação

A dupla Flamengo e Corinthians entrou em campo ontem para enfrentar, respectivamente, o Lanus, na Argentina, e o Deportivo Táchira, na Venezuela.


Ambos faziam suas estreias na cobiçada fase de grupos da Taça Libertadores, torneio capaz de despertar sentimentos antagônicos em qualquer torcedor.

Mais cedo, o Santos de Neymar já havia perdido para o The Strongest na altitude boliviana sem muita repercussão.

Na semana passada, foram Fluminense e Vasco que, sem despertar mais do que a atenção dos seus próprios torcedores, iniciaram a hercúlea caminhada rumo ao desejado título.

Isso sem falar no Internacional que venceu na semana passada para a alegria de sua legião e tristeza – aqui talvez uma exceção – dos rivais gremistas.

Mas falemos dos times das massas, do povo, capazes de serem destaques quando estão em campo ou não, pois não é segredo para ninguém que os apaixonados pelo Santos, Palmeiras e São Paulo não esperam, somente, o sucesso de suas equipes, eles querem, também, o fracasso do maior rival. Situação semelhante ocorre na Guanabara, onde vascaínos, botafoguenses e tricolores se unem para secar o Flamengo.

E a prova da ira, da rivalidade e inveja é tamanha que se você perguntar a qualquer santista, palmeirense ou são paulino qual é o maior rival desses escretes a resposta será unânime. No Rio de Janeiro, o time de maior torcida do país será, também, o mais odiado.

É o preço que se paga pela grandeza.

O Corinthians quando se sagra campeão de algum torneio é capaz de festejar com a própria fiel. O Flamengo tem cerca de 35 milhões de torcedores para tal.

Já os rivais dos dois gigantes, não. Mesmo campeões, eles têm que puxar na memória alguma tragédia alheia para, de alguma maneira, tentarem se sobrepor aos mais invejados.

E, como disse um gênio, se nem ao vencer eles são capazes de deixar Flamengo e Corinthians sossegados, importante, mesmo, é quem sempre é lembrado.

Em tempo: Flamengo e Corinthians empataram, quando poderiam ter vencido, ou seja, metade do país sorri, enquanto a outra lamenta.