terça-feira, 19 de junho de 2012

O dia em que descobri que até o desespero tem limite


O ano de 2011 dava seus últimos passos e a preocupação começava a virar desespero na incessante procura por um novo estágio. Uma experiência desagradável havia feito com que eu saísse do emprego anterior e a necessidade em ganhar alguns trocados quase me transformou em anúncio ambulante de “busca-se vagas.”

Meus amigos mais próximos sabiam da situação e procuravam ajudar como podiam. Enquanto alguns davam dicas em onde procurar, outros me mandavam contatos de profissionais que eu deveria correr atrás. Foi em uma dessas que recebi um endereço de e-mail para que o currículo fosse enviado. Feito.

Dias depois, eis que uma entrevista fora marcada. Deveria comparecer na tarde do dia seguinte. Confirmei a presença com a certeza de que sairia de lá com alguém para chamar de chefe. O amanhã já era hoje e eu, a caminho da empresa, só pensava na conversa que me esperava. 

Cheguei antecipadamente, o que só serviu para recepcionar uma garota que também participaria da seleção. Eu fazia jornalismo e ela publicidade. Logo imaginei que a atividade era indicada para alunos que cursavam comunicação social. Convidados à dinâmica, a futura publicitária e eu começamos a ser indagados. Por questão de cavalheirismo, as primeiras perguntas foram feitas à colega que conquistara recentemente. Para mim, tanto a interlocutora quanto a concorrente falavam grego.

A entrevista rolava e o papo sobre programas, efeitos e sei lá mais o que me dava a sensação de que algum equívoco tinha ocorrido. Eu não deveria estar ali. Talvez por falta de atenção minha ou de quem recebeu o meu currículo. Torcia para que o que fosse perguntado a mim ganhasse outro rumo. Quando a funcionária se direcionou para esse que vos escreve, a palidez era evidente.

Respostas aqui e acolá, fomos ao teste prático. Tão ou mais desesperador do que a entrevista, a estudante de publicidade levou, no máximo, 20 minutos para terminar. Tínhamos uma hora e os ponteiros já marcavam os 45 do segundo tempo quando terminei o meu. Naquela altura eu só me perguntava como fui parar na empresa, já que não tinha nada a ver com a vaga.

Consciente de que não era o mais indicado, entreguei o teste para a interlocutora e fui embora sem esperar que ela olhasse-o. Ao corrigir, certamente deve ter dado boas risadas com algumas das minhas respostas. Ao menos, serviu para alguma coisa.

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